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A Aula de Dança, Eakins

Thomas Eakins (Estaduinense, Filadélfia, Pensilvânia, 1844 – Filadélfia, Pensilvânia, 1916)
The Dancing Lesson (A Aula de Dança), 1878
Aquarela sobre papel
45,9 x 57,3 cm
Coleção Fundo Fletcher, Museu Metropolitano de Arte de Nova York
Imagem obtida por Open Access, Domínio Público

Thomas Eakins foi um importante pintor estaduinense, viveu na Filadélfia entre o final do século dezenove e o início do século vinte.

Teve uma sólida formação artística dedicada ao estudo da anatomia humana e incorporou a fotografia como um recurso e uma forma de ampliar sua expressão criativa.

Era amante de esportes e incentivava a prática entre seus alunos, assim como o estudo do nu, tanto de homens como de mulheres. Inclusive com aulas de nu masculino com a presença de alunas.

Foi professor e diretor da Academia de Belas Artes da Pensilvânia, e estas abordagens mais transgressoras ao longo dos anos provocaram sua demissão.

Esta breve apresentação permite um olhar sobre “A Aula de Dança”, onde podemos ver uma cena aparentemente singela, porém plena de empoderamento.

As três figuras representam as fases da vida, a criança, o jovem e o idoso. Estão compostos quase como em círculo, o ciclo da vida, no qual os olhares entre os três nos conduz pelo caminho.

São três pessoas, e negras. Olhando para a cena, podemos ver à esquerda, na parte superior, um pequeno retrato pendurado na parede do presidente Abraham Lincoln, que conduziu os Estados Unidos da América ao fim da guerra civil e da escravidão. O que significa que são pessoas livres.

Esta obra deu a Eakins seu primeiro prêmio, uma medalha de prata na exposição da Associação de Caridade de Massachusetts em 1878.

Escolhi esta aquarela para iniciar minha apresentação sobre Thomas Eakins porque considero que a escravidão é o verdadeiro ultraje, e não a nudez humana.

Podemos também ver que existe uma leveza na dança do menino e uma serenidade no rosto e na postura do idoso, sendo o rapaz uma ampla curva que é o próprio fluxo da vida, das escolhas e caminhos que traçamos.

O maior entendimento que consigo é que devemos abraçar a vida e seguir com firmeza, superando os obstáculos e assegurando tudo o que conquistarmos para as futuras gerações.