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O Processo de Criação de Uma Nova Definição de Museus Para o Século 21

Centro Internacional de Conferências de Kyoto, setembro de 2019

O Conselho Internacional de Museus (ICOM) em sua reunião trienal realizada em Milão no ano de 2016 estabeleceu que uma nova definição de museu seria apresentada, discutida, avaliada e submetida à aprovação no encontro de Kyoto em 2019.
Foi criado o Comitê de Potencial, Prospecção e Definição de Museu, que apresentou uma proposta de mediação em dezembro de 2018 ao Conselho Executivo do ICOM. Esta proposta foi aprovada e a partir daí foi iniciado um processo de convite a participação dos diversos comitês, tanto nacionais como internacionais, que integram o ICOM. Foi criada uma página especial no site do ICOM para receber a contribuições de todo o mundo.
No final de junho de 2019 o Comitê de Potencial, Prospecção e Definição de Museu realizou um trabalho rigoroso de análise e compilação de todas as propostas enviadas, um total de 269.
Deste trabalho foram então definidas para apresentação, avaliação e aprovação final a seguinte proposta de definição:

Os museus são espaços de democratização, inclusão e polifonia para um diálogo crítico sobre o passado e o futuro. Reconhecendo e abordando os conflitos e desafios do presente, eles guardam artefatos e espécimes em nome da sociedade, salvaguardando várias memórias para as gerações futuras e garantindo a igualdade de direitos e igualdade de acesso ao patrimônio para todas as pessoas.
Os museus não têm como objetivo o lucro. Eles são participativos e transparentes e trabalham em parceria ativa com e para diversas comunidades para coletar, preservar, pesquisar, interpretar, exibir e melhorar a compreensão do mundo com o objetivo de contribuir para a dignidade humana e justiça social, igualdade global e bem-estar do planeta.

Vale apresentar também a atual definição, aprovada na Assembleia Geral realizada em Viena no ano de 2007:
O museu é uma instituição permanente sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e aberto ao público, que adquire, conserva, estuda, expõe e transmite o patrimônio material e imaterial da humanidade e do seu meio, com fins de estudo, educação e deleite.

O grande desafio que está colocado é avaliar se a nova proposta contempla a diversidade cultural dos países membros e como esta alteração poderá gerar impacto nas políticas públicas relacionadas aos museus no mundo.
De um outro lado, avaliar também em que pontos a atual definição corresponde ou não ao que a sociedade pensa, deseja e anseia dos museus.
É um processo complexo e desafiador, mas extremamente necessário, não apenas a reflexão, mas coloca-la de modo cada vez mais amplo na sociedade.